Eu quero as minhas crianças. E eu hei de ser o maior amor e o maior orgulho delas. Quero pô-las no colo de sua vovó, e, em seguida, no do vovô, e assim ouvir os meus velhinhos denunciando a criança pé nas nuvens que fui. Quero um marido passando os braços em volta de mim e ouvindo atento relatos que já conhece de cor. Também quero sobrinhos chegando durante o discurso. O vovô com certeza se esforçará para que todos caibam em seu colo não mais firme. Quero um irmão também realizado no lado pessoal da coisa, e que de quebra tenha adquirido um pouco mais de juízo conforme a carga proporcionada pelos anos se torne suficientemente pesada. Quero um microfone à minha espera logo mais, bem como uma plateia numerosa e agitada. Quero ter saúde e criatividade para dar à esta um espetáculo memorável que desvende aquele momento tão pleno da minha vida. Desta forma, só posso concluir almejando um travesseiro branquinho e volumoso posicionado em cima de um colchão macio e revestido por cobertas perfumadas e convidativas. Sim, o meu homem estará ali, pronto para me cansar até que eu adormeça profundamente, exausta, feliz e fazendo jus ao posto de mulher mais feliz do mundo.
Alicia Blumm, devaneando há cerca de dois anos atrás.